segunda-feira, 14 de março de 2011

Cai um rei

"Era do samba, sempre do samba, as vezes eu também do samba, mas sempre malandro
dai, fiz um uma ode, um soneto, não, não, era uma ópera.
Ah e as mulheres, majestosas. Donas de lascívia e lágrimas.
Trono dado aos ratos, mantos, mortos, só os mansos.
A elas? o bueiros, não as latrinas, os fogões, os tapetes, principalmente os que engatavam no desnível do azulejo com a porta.
Quanto mais choro mais bonito, fui eu que fiz, eu que diz, quer dizer, disse.

Dai arquitetei e defequei em folhas brancas,
são minhas merdas, miraboladas e calculadas, dividas e sagradas, minhas,
Farão filme, Paola, tão bonitinha, peitinhos, peitinhos
Tereza, com coxas escritas, bela cena, mulata, belas coxas.
Mas era merda minha, minha cheirosa e pretensiosa merda.
Sempre achei que era amarela, mas era cinza."


Ainda te tenho amor, aquele amor de anos longos de secretos prazeres
que irrita o fungar de resto de carnes nos dentes, de estalar matinal.
Aquele amor, que nem se lembra de onde se ama, mas só se sabe que é amor
com todos os poros e deleites, é amor.
Acho que é porque me tiveste em formação.
Acho que é porque és de Holanda, seu Chico.
Ainda te tenho amor, todo o amor, sem nenhum tesão.

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